Segunda-feira, 25 de Junho de 2007

Tânia - uma mulher (parte 1 de 3)





para ti - tu sabes - sentes-me



(componente "A")


fomos dar um pé de dança - eu, a Dina e o Ekse.
detesto discotecas onde os decibéis nos esmagam os pensamentos, onde não entendo sequer que coisa é aquela que estou a dançar, onde se têm de gritar frases soltas em vez de conversar.
sou cota, não esqueçam - mas mesmo na juventude preferia os bares ou pubs.
mas aquela nem é das piores - com uma zona afastada, onde se pode estar sem ser aos gritos.

dançava eu com a Dina, juntou-se-nos o Ekse que (lóco, como de costume) começou a dançar de forma muito provocadora.
tanto com ela, como comigo.
ela também o começou a fazer, roçando-se ora em mim, ora nele.
contagiado com aquilo, deixei-me ir também - gerou-se ali uma cena de puro tesão.

ora :  eu com 46, eles os dois perto dos 40 - eramos já bastante diferenciados num mar de malta entre os 20 / 25 anos.
com aquela cena então - ficámos notórios.
houve mesmo quem tenha parado de dançar para topar melhor a cena - diria até que suscitámos algumas tusas alheias.
(curiosamente reparámos nalgumas expressões faciais, aqui e ali, algo incompreensíveis em rostos tão jovens, supostamente mais open minded)

acabada aquela música, recolhemos à zona afastada, rindo-nos à brava com o sucedido.
comentámos as eventuais confusões geradas naqueles espíritos desavisados, mudámos de assunto, bebemos, rimos e acabámos por ir embora.
para a nossa cobóiada, como diz o Ekse.



(componente "B")


nem uma semana depois - andava a trabalhar naquela zona.
estou a beber algo fresco numa esplanada e reparo numa rapariga a galar-me.
(sim, a galar-me descaradamente - não há outro termo)
estava numa mesa, acompanhada de outras raparigas e fazia-se notar pelo seu galanço sem qualquer disfarce.

contrariamente a muitos homens na minha idade, não sou muito propenso a "mocinhas novas".
não tenho grandes fixações em "coisas tenrinhas" - prefiro ter de dar ao dente.
não significa isto no entanto que me faça rogado ou arme em snob.
ela era bonita e o meu ego agradeceu a galadela que retribuí, numa ou duas ocasiões.
mas ...... acabei por mergulhar na leitura do meu "EQUADOR".

nem dei por elas se irem embora.
acabei a minha bebida - estava na hora de voltar ao hotel, refrescar-me, sair, jantar e curtir-me alone.
(Dina e Ekse não estavam disponíveis e não sou pessoa de me impôr)
vivo bem em solidão - não imaginem cenas de filme noir, que não há cá disso.

quando vou para pagar, diz-me o empregado:
- a sua bebida está paga e a senhora deixou isto.....
com um sorrisinho que era suposto ser malandrote, deu-me um papel.
era uma folha de agenda, tipo filofax, dobrada em quatro, que dizia apenas:
amanhã (era o sábado) o "nome de um bar" e acabava em "?"

não reprimi uma risada - aquilo era completa novidade para mim, nunca me tinham feito uma daquelas.
(até que achei uma cena bem à anos 50, lol lol)
fiquei atónito, divertido e deliciado - tudo ao mesmo tempo.
o empregado continuava ali, como se esperasse uma resposta ao invulgar bilhetinho.
ainda pensei em perguntar se sabia o nome da senhora, mas ...... o gajo tinha ar daqueles que se armam em espertos e não estava com paciência para ouvir algo no género: "mesmo que soubesse, não lho dizia".
além do mais - preferia assim.
- Okay, obrigado - disse-lhe apenas e lá se foi ele embora, com o tal sorriso pretensamente malandreco.
(poupem-me - o gajo cuscou o bilhete, foi o que foi)

º

concerteza serei um mau exemplo do macho luso-latino, mas ...... o meu sábado (de trabalho) decorreu sem ânsias, pulgas ou contagens decrescentes de horas.
só por volta das sete da tarde, no meu regresso ao hotel, me lembrei do bilhete.
no entanto já decidira, obviamente que iria ao blind date - só precisava de saber onde era o tal bar.
informei-me, soube onde ficava, soube que era mais concorrido após as dez da noite, soube outras coisas.
jantei, vadiei um pouco e pelas 10 e um quarto lá estava à porta.

surpresa - bonito, muito agradável, bem decorado e (pasme-se) com música de verdade, no volume certo, perfeito.
(Simply Red, no momento em que entrei - mas uma selecção de velhos e novos se sucedeu, com muito bom gosto)

foi o primeiro sinal que me levou a pensar que aquela mulher seria algo mais que "uma coisa tenrinha".
ou aquele bar era o seu gosto pessoal - ou percebeu que seria do meu agrado - ou ...... ambas as coisas juntas.
o que - em termos de engate feminino - tem sempre um cariz de "maravilhosamente perigoso".
aceitaria o desafio.
olhei em redor, atentamente - não a vi, não estava.
pedi uma bebida, escolhi uma mesa visível mas, não espalhafatosamente mesmo frente à porta.

(rapazes : é deselegante fazê-lo - uma mulher quererá encontrar-nos, ver-nos, mas pode não querer que isso seja visível para toda a gente - nunca fiquem escarrapachados frente à porta de entrada, dá muita cana, pode ser muito desconfortável para ela ;  desculpem lá dizer-vos isto)


onze da noite, nada - meia noite, nada.
depois - resolvi "esquecer" e curtir o bar.
algumas boas fotos pelas paredes, um interessante jogo de snooker, várias figuras interessantes mostrando a sua produção cuidada, uma ou duas meninas daquelas mais ousadas para perus-recheados (mas nada de grave) e a boa música continuando.
porém - passava já bastante da uma da manhã e ...... nada.

não estava propriamente "repousado" desde as seis e meia da manhã.
sem outro interesse para além do bar-edifício-música, nada mais me prendia ali.
numa parede revestida a cartão, para dedicatórias, desenhos, etc (muito gira) escrevi:

AMANHÃ, "NOME DO BAR" ? (o que ela havia escrito no bilhete)
é um sítio ao meu estilo - adorei
talvez venha a perceber como soubeste - voltarei
o bilhete ficou muito incompleto sem um nome
beijos, ainda assim
ass. Equador


"foi giro, obrigado", pensei com um sorriso e ...... saí.

sinto-me:
música: Desert Rose - Sting & Cheb Mami

publicado por sextrip às 00:17
link do post | adicionar aos escolhidos
De Someone Else a 25 de Junho de 2007 às 10:49
ela até foi simpática, deu-te a conhecer um novo sítio. lol
bjos


De sextrip a 25 de Junho de 2007 às 12:03
sim - a história até se podia ficar por aqui, que nem ficava mal.
mas não - tem uma continuação.
(ontem até que já a tinha praticamente acabada - mas resolvi "cortá-la" a meio, pelas razões que já disse à Maaf)
continuo a frequentar o bar, sempre que vou para aqueles lados.
mas deve ter mudado de gerência - a última vez que lá fui era mais House e Techno.

bom dia Someone - ;)


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