estava novamente na minha bebida refrescante pós laboral.
vejo-a chegar -acompanhada de outras cinco ninas.
desta feita tiro os olhos do “EQUADOR” e miro-a desavergonhadamente.
talvez uns 25 anos, bonita, olhos escuros, cabelo negro comprido (que pica), vestida formalmente mas elegante.
(as outras também vestiam assim – calculei que fossem colegas de trabalho)
não me viu logo – conversava e ria, bem disposta.
tirou o casaco, colocou-o nas costas da cadeira.
deu para perceber que havia ali “coisa generosa” (ou melhor : duas coisas)
foi então que os nossos olhares se encontraram.
apanhada de surpresa, disfarçou (mal) que não me vira.
sorri – fingi ler – espiei pelo canto do olho.
algo disse às outras – que também disfarçaram (mal) olhares curiosos na minha direcção
(depois, o costume – bz-bzs, risinhos, coisas de mulheres)
pouco depois a cena rolava
foi lá dentro ao balcão - trouxe algo para a mesa - não se sentou.
disse algo, as outras sorriram – veio lentamente na minha direcção.
não fingi que não a vi, não armei em desentendido.
pousei o livro, coloquei o marcador, fechei-o acariciando a capa – olhei-a nos olhos.
- olá – disse-lhe com um sorriso, já ela estava a poucos metros.
o rosto iluminou-se-lhe, retribuiu-me o sorriso, devolveu-me um “olá” musical.
- só queria saber se gostaste do bar.
(ia levantar-me para a cumprimentar, mas aquela directa fez-me emendar o gesto – fingi ajeitar a cadeira)
- sim, gostei, muito agradável, obrigado.
ficou a olhar-me com um sorriso malandro.
apostei que estava a pensar : - este gajo tá a gozar-me.
- mas senta-te, por favor – pedi-lhe.
- gostei! boa música, bom ambiente – é um bom bar, mas tem uma falha grave.
- sim?! – admirou-se - o quê?
- não estava lá a mulher que mo indicou.
dei um gole no martini, olhando-a fixamente.
- pois …… disse apenas – depois soltou uma risadinha.
aproveitei o curto impasse – estiquei a mão na sua direcção.
- comecemos do início, sou o José Mwmwm
apertou-ma suavemente, riu.
- sou a Tânia
não lhe larguei a mão.
- ora aí está o que faltava naquele bilhete.
riu-se a valer – gostei do riso dela.
»
o dia seguinte foi passando, len-ta-men-te - desta vez houve contagem decrescente.
dera-lhe o meu número de telemóvel – não pedi o dela, olhara-me com curiosidade.
sete e pouco, ela ligou.
- encontramo-nos lá, okay? por volta das dez?
que sim, garanti-lhe.
um pouco depois da hora, chegou ela – eu já lá estava.
UAUUU – aquela não era a mulher que eu vira na esplanada!!!
o vestido colante azul-noite torneava-lhe o corpo, cortando a respiração a quem olhava.
a pequena jaqueta, preta e azul, cingia-lhe as mamas e realçava-lhe o pescoço.
cada passo que dava, mostrava que haviam umas lindas pernas desde os saltos altos até lá bem acima.
(comecei a salivar mais que o cão do Pavlov – do umbigo para baixo, nem conto nada)
foram passando as horas e as bebidas, na medida certa, com o condão de desinibir.
da malícia subtil caminhámos até ao mais erótico mostra/esconde, brincando com a libido.
Tânia era hábil a provocar, a insinuar-se, a divertir-se.
- sabes quando me chamaste a atenção? - perguntou-me a certa altura.
- na esplanada, não foi?
meneou a cabeça num “não” divertido e enigmático.
avancei mais uma ou duas hipóteses sem muita convicção – não fazia ideia.
- na discoteca …… estavas a dançar com um casal …… lembras-te?
não disse nada – apenas me ri.
- e que dança!!! até fiquei… - abriu os olhos e a boca num ar de espanto.
soltei uma gargalhada – mas continuei sem dizer nada.
- fiquei excitadíssima, foi o que fiquei !!!
recostei-me a olhá-la, bebi um trago, ri-me com os olhos.
- é que ….. caramba …… vocês pareciam que se queriam comer uns aos outros...
Tânia era inteligente – e muito curiosa – uma combinação sempre explosiva.
fui-me esquivando, omitindo, despistando, mentindo até.
no entanto, a conversa ficou a ferver.
olhares, mãos, corpos a ferver.
algo me disse que ela já não estava “confortável” ali, expirara o tempo.
saímos então.
ela tinha o carro para a esquerda, eu para a direita.
estacámos, olhámos um para o outro, rimos.
- e agora? – perguntei eu com o meu sorriso malandro nº3.
- agora… agora… - disse ela, dando dois passos ondulantes na minha direcção.
o beijo quase estalou no ar morno da noite.
tínhamos ambos água na boca, fernezim nas línguas, formigueiro nas mãos.
a púbis roçou-se no meu chumaço com vontades de entrega.
as mamas esmagavam-se de encontro ao meu peito com firmeza.
desapareceram todos os sons, todas as luzes, todos os olhares.
ficámos a sós numa ampola de tesão.
- vamos para o meu hotel
disse eu ofegante
- sim, vamos
disse ela com urgência na voz
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