mais uma vez...
não é de sexo que se trata...
recebi um mail da Culturgest com um conteúdo que me revolta.
não vou discutir este assunto aqui porque acredito que deveria haver um debate entre bloguers mas... que se deve concentrar o mais possível esse debate - que quanto mais disperso for esse debate menos conclusões se poderão tirar.
assim... porque o
CrestFallen abriu um artigo sobre este mesmo assunto e nele expõe aquilo que eu exporia, vou fazer o seguinte:
vou colocar parte do conteúdo do mail que recebi (aquilo que importa)...
vou fazer link ao artigo do CrestFallen...
vou cancelar os comentários a este meu artigo...
espero que as minhas razões sejam compreensíveis para todos vós e avanço-vos já que aquilo que se discute é bastante chocante.
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bem que podia ser uma brincadeira mas não o éesta besta que não tem outro nome pegou num cão vadio e deixou-omorrer à fome e sede numa galeria de arte – era um dos trabalhos dasua exposição...esta besta vai ser o representante da costa rica na bienalcentroamericana, honduras 2008.a não ser que as assinaturas sejam tantas que a direcção da bienal"mude de ideias"...vamos tentar que isso aconteça?em nome do cão, em nome da nossa dignidade como pessoas... não sedeixa um animal morrer à fome como obra de arte...Gabinete de ComunicaçãoCulturgestTelf: 21 790 54 54Fax: 21 848 39 03www.culturgest.pt---||---
um artigo que prezo :
"Eres lo que lees". A frase, escrita com biscoitos de ração para cães, foi colocada na parede branca de uma galeria de arte. Junto a essa parede, preso por uma corda e um fio de arame, foi deixado ao desprezo um cão de rua, abandonado e doente. A alguns metros foi colocado um incensário onde, alegadamente, se queimou crack e cannabis durante a inauguração. Sem água e alimento, o animal morreu na própria galeria durante o dia seguinte.
Passou-se na Nicarágua. Tratava-se de uma "instalação" do artista costa-riquenho Guillermo Vargas, conhecido como Habacuc.
A situação, denunciada pelo El País e documentada em várias imagens, tem merecido enorme divulgação na web e deu origem a uma petição online contra o seu autor que reúne, no momento em que escrevo estas palavras, perto de 50.000 assinaturas.
O assombro generalizado por este gesto cometido em nome da arte lançou uma discussão acesa sobre os seus limites. A questão não é nova. Desde que Duchamp assinou um urinol e o intitulou de "La Fontaine" que se debate o que é, afinal, a Arte. A piada centenária parece entretanto ter perdido a graça. Na sociedade do relativismo cultural o grotesco tornou-se uma demanda crítica. De vacas serradas ao meio conservadas em monólitos de fibra acrílica a diamantes encastrados em caveiras humanas, a produção artística contemporânea vive refém das lógicas do seu tempo. A arte tornou-se lugar para a execução de função do gesto estético. Tudo se submete à performance.
Que a arte se tenha de submeter a todo o tipo de degradação é uma triste consequência do desespero em ser visível. Uma arte demitida de qualquer desígnio que não seja a captura de atenção. De tanta pedrada no charco, os "artistas" tornaram-se patéticos denunciadores da hipocrisia alheia. Sob o manto da irreverência e a crítica não resta mais que moralismo seguidista.
Eis, então, Habacuc, o grande moralizador. Pelas suas próprias palavras afirma que " o importante para mim era a hipocrisia do povo: um animal torna-se o foco de atenção quando o ponho num lugar branco onde as pessoas vão ver arte, e não quando está na rua morto de fome".
Quando questionado sobre a razão para não utilizar outra forma de exprimir a sua mensagem, a desumanidade é total. "Recordo o que vejo… O cão está mais vivo do que nunca porque continua a dar que falar".
Não é preciso ser defensor dos animais para perceber o grotesco intelectual em que tudo isto vive. A exibição da morte de um qualquer animal em nome de mais uma pedrada no charco inútil. Habacuc contra o mundo, aos seus olhos carregados de preconceito onde todos seremos hipócritas.
Em nome do desígnio de mudar o mundo, ou de nos mudar a todos, célebres tiranos promoveram os maiores genocídios da história. A Habacuc, em nome de atentar contra a nossa hipocrisia, restou o poder de matar um miserável cão das ruas de Manágua. A arte, essa, já morreu há muito.
in Ideias no Escuro, 23/10/2007
ao "grande moralizador" Habacuc gostaria de dizer cara-a-cara... que antes de me chamar hipócrita, que se olhe no espelho !
ira para artigo
"Petição Online", de CrestFallen
A comunidade do engateA Blogosfera foi conquistada!!um artigo bastante interessante, sobre todos nós e aberto ao debate
clicar aqui -->
o Elástico da Cueca